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O verdadeiro Mercosul

Quinta-feira, 01 de novembro de 2001  

Ministro dos Transportes Eliseu Padilha
Recentemente, em encontro em Mônaco sobre o Mercosul (01/11/2001), promovido pelo empresário Mario Garnero, os olhos do ex-presidente norte-americano George Bush só brilharam quando o ministro dos Transportes do Brasil, Eliseu Padilha, apresentou o plano de integração da infra-estrutura do Mercosul. Aí Bush, pai, entendeu o Mercosul como uma realidade concreta.


A América Latina e, particularmente, o Brasil ainda não entenderam. A verdadeira agenda positiva do Mercosul é a integração das infra-estruturas, uma réplica continental do planejamento do Avança Brasil no âmbito nacional, que começou a ser articulada meses atrás, em uma reunião histórica, mas que passou despercebida da opinião pública.


Essa integração pode caminhar independentemente das decisões de caráter macro, colocando o Mercosul à salvo dessas barroquices sobre regimes cambiais e tarifas externas comum que têm dominado e emperrado as discussões. No momento já estão trabalhando cinco grupos de discussão, três deles discutindo a integração nos eixos andino, interoceânico e Mercosul e dois detalhando processos setoriais, de desburocratização das regras de passagem nas fronteiras e harmonização dos regulatórios de energia.


Do lado brasileiro os trabalhos estão sendo conduzidos pelo Ministério do Planejamento. Passo essencial desse modelo é a criação de uma agência continental de desenvolvimento, nos moldes do BID ou do BNDES, incumbida de analisar os projetos e propor o planejamento. A idéia é jogar todas as fichas na Cooperação Andina de Fomento (CAF), agência que tem conseguido captar recursos internacionais a custos baixíssimos, tendo classificação de AA ou AAA em várias agências de classificação de risco.


O Brasil entrou no CAF em 1995, graças à teimosia do então ministro do Planejamento, José Serra, enfrentando a oposição do Banco Central, que considerava absurda a contribuição de US$ 25 milhões para a adesão. De lá para cá o CAF permitiu alavancar US$ 200 milhões de investimentos em projetos no Brasil, incluindo o gasoduto Brasil-Bolívia.


Nos próximos meses haverá mudança nos seus estatutos, para transformá-lo em um organismo para toda a América Latina. Ao lado do BID deverá ser o grande agente financiador dessa integração, além de legitimadores do processo. Como essas agências se financiam por meio dos projetos que implementam, acabam criando um processo muito mais objetivo de negócios, com menos política e sem o risco de que se acuse o plano de ser uma manifestação de imperialismo brasileiro. Três frentes


A proposta brasileira é a integração da infra-estrutura em três frentes simultâneas: telecomunicações, energia e transporte, a fim de criar ambiente atraente para investimentos produtivos, abrindo caminho para a redistribuição das cadeias produtivas. Tome-se o caso da Bolívia. No país existem reservas de gás natural da ordem de 18 TCFs (Trilhão por Pés Cúbicos); no Brasil, são de 8 TCFs. A economia boliviana representa um centésimo da brasileira. A primeira etapa do gasoduto custou US$ 500 milhões.


Esse valor abre espaço para contrapartidas de exportações brasileiras. Por outro lado, com a infra-estrutura pronta, será possível definir um plano de desenvolvimento para toda a região fronteiriça dos dois países. Não é à toa que alguns Estados do Centro-Oeste -Mato Grosso e Tocantins, especialmente- estejam montados em vistosos planejamentos de longo prazo, que permitirão a repetição do que foi o fenômeno Paraná nos anos 60. Outro exemplo de integração é o satélite brasileiro. Em 2002 terá que ser trocado.


Dentro de um acordo com a América Latina haveria possibilidade de ampliar sua abrangência. Na área de telecomunicações, o Paraguai pretende privatizar seus serviços. É um mercado restrito. No entanto pode-se articular com o mercado do Sul, utilizando a mesma infra-estrutura. É essa a grande obra de integração que está sendo construída. O restante -compatibilidade fiscal, cambial etc.- é obra de longo prazo, que só se consolidará depois que a integração física estiver avançada.


Fonte: Transportes.gov






TAGS: Encontros  

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