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Zero Hora entrevista Ministro dos Transportes Eliseu Padilha

Domingo, 11 de novembro de 2001  

Zero Hora entrevista Ministro dos Transportes Eliseu Lemos Padilha
Até entregar o cargo na próxima terça-feira, os últimos dias do gaúcho Eliseu Padilha à frente do Ministério dos Transportes serão de muito trabalho. Promete manter nos dias que lhe restam na Esplanada dos Ministérios o mesmo ritmo dos quatro anos e meio em que esteve sentado numa das cadeiras mais importantes da equipe do presidente Fernando Henrique Cardoso.

O cargo, com um orçamento anual de cerca de R$ 8 bilhões, guindou Padilha à condição de homem forte do governo e dono de posições respeitadas dentro do PMDB.
A partir de quarta-feira, Padilha volta a ser mais um peemedebista, mas não por muito tempo. Em breve, sua campanha para deputado federalganhará as ruas revestida da possibilidade de Padilha se transformar no novo líder do PMDB no Congresso.


Aos 55 anos, o gaúcho que entrou na política como prefeito de Tramandaí e logo saltou para os Executivos estadual e federal, agora prega uma adequação de seu partido aos novos tempos. Afirma que o PMDB deve voltar a ser um laboratório de idéias, defende a fidelidade partidária e acha que quem saiu da sigla nunca foi peemedebista. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida a Zero Hora na última quinta-feira, em Porto Alegre.


Zero Hora - A sua decisão de concorrer a deputado federal teria como pano de fundo a intenção de se transformar num líder do PMDB no Congresso?


Eliseu Padilha - Minha vida partidária se caracteriza por ser alguém subordinado às decisões da base. Por isso, vou me dedicar a fazer o PMDB voltar a ser um partido de idéias colhidas na base, discutidas nos segmentos intermediários e que possam construir uma nova proposta para a sociedade brasileira. Em Brasília, vou me dedicar a aprofundar a discussão da participação do partido no plano das idéias. O PMDB deve voltar a ser um laboratório de idéias.


ZH - Então o PMDB precisa se readequar a um novo momento?


Padilha - Todos os partidos terão de revisar suas posições após o dia 11 de setembro (dia do atentado terrorista ao World Trade Center). O episódio das torres gêmeas imporá ao mundo uma reflexão profunda quanto ao processo de globalização, à concentração da riqueza, à redistribuição de riquezas, à agregação do maior contingente da população a melhores condições de vida e aos países pobres e sua participação naquilo que é produzido globalmente.


ZH - O episódio Jader Barbalho está superado?


Padilha - Não podemos transpor questões pessoais para os partidos. Em todos os partidos, sem exceção, há questões pessoais sérias que precisam ser separadas dos assuntos partidários. Só os assuntos partidários devem ser resolvidos pelas siglas. Este caso citado por você é pessoal e está sendo resolvido pela parte interessada, o ex-senador Jader Barbalho.


ZH - Interessaria ao senhor um cargo executivo no partido ou o senhor é um homem apenas de eleição, de cargos eletivos e de governos?



Padilha - Posso contribuir com a executiva do partido sendo membro do Legislativo. Daí a minha proposta de ser candidato a deputado federal, mas nem por isso fugirei do chamamento estadual ou nacional do PMDB para uma contribuição executiva, para ter um cargo dentro do partido. Sempre estive e estarei à disposição para isso. Desde 1982 participo das coordenações de campanha. Mais uma vez estarei à disposição para a coordenação da campanha de 2002 no Estado e no país. Não há contradição. Só não pretendo desempenhar cargos do Poder Executivo no próximo mandato.


ZH - O senhor afirma que provavelmente não tenha sido o deputado federal que os eleitores esperavam. Em que aspectos?


Padilha - Quando busquei minha eleição para deputado federal quem votou em mim pensava que eu seria o legislador, o fiscalizador e o debatedor no Congresso. Fiquei um ano como secretário de Estadoe depois fui para o Executivo federal como ministro. Portanto, tenho com os eleitores uma dívida que pretendo saldar com a minha atuação, se eleito, a partir de 2003.


ZH - O que o senhor pretende fazer como deputado federal?


Padilha - Quando estiver no parlamento, na vigilância que pretendo fazer para elaboração e execução orçamentária, quero ver os projetos e programas que sugeri ao presidente Fernando Henrique Cardoso contemplados e concluídos, como a transformação do Porto de Rio Grande no Porto do Mercosul, a duplicação da BR-101, a duplicação da BR-116 de Porto Alegre a Pelotas e a conclusão da Estrada do Inferno.


ZH - Estamos acostumados a ver o senhor elogiando o governo Fernando Henrique. Quais são os problemas do governo federal?


Padilha - Enquanto ministro, seria incoerente se eu estabelecesse algum tipo de crítica a qualquer área do governo. Porém, não posso deixar de traduzir o que é o sentimento do próprio presidente Fernando Henrique. Ele tem dito que muito teremos que avançar. Essa é a proposta do PMDB, andar avante. Deixo o ministério, mas jamais serei um crítico do presidente.


ZH - Que projeção o senhor faz para o PMDB nas eleições de 2002? Que tipo de conversas há com outros partidos?


Padilha - Prefiro falar do prisma do Rio Grande do Sul. Antevejo para o ano que vem uma composição no Estado com partidos com a mesma origem, história e afinidade do PMDB. Meu partido consolidará uma coligação para a esquerda.


ZH - As recentes perdas do PMDB gaúcho, entre elas a do ex-governador Antônio Britto, enfraqueceu o partido?


Padilha - Ninguém pode ignorar que líderes expressivos deixaram os quadros do partido. O que eles serão amanhã é uma incógnita. Não houve migração de base do PMDB acompanhando esses nomes que saíram e não se tem notícia de que algum dos 140 prefeitos do PMDB tenha seguido o mesmo caminho deles. Vejo com naturalidade a disputa interna nos partidos. Alguns assimilam o resultado, outros não, e aí esses buscam seus espaços. Não vi perdas consideráveis, à exceção das lideranças que tinham história. O partido está mais unido agora.


ZH - Então teve um lado positivo dessas dissidências?


Padilha - Evidentemente.


ZH - Faltou fidelidade partidária aos dissidentes?


Padilha - Eles sempre alegaram suas razões pessoais. Trata-se de um juízo personalíssimo que nem eu nem ninguém pode contestar os motivos. Agora, no que diz respeito ao partido: os peemedebistas ficaram. No corpo democrático, a vontade preponderante é a da maioria. Se a minoria, ao perder uma disputa, abandonasse sempre não teríamos democracia. Ficaram os peemedebistas. Quem não era peemedebista devia mesmo buscar seu caminho.


ZH - Deixando o cargo na quarta-feira, o que passa a ser a sua prioridade?


Padilha - Apoiar o senador Pedro Simon nacionalmente em sua pré-candidatura à Presidência. Devo buscar também o reinício de minhas atividades profissionais, passada a quarentena a que estou obrigado em decorrência de lei, e articular minha campanha à Câmara.


ZH - O senhor tem sido procurado por outros partidos que tentam aproximação com o PMDB, como o PDT, por exemplo?


Padilha - Eu tenho conversado, sim, com próceres de vários partidos, especialmente no Rio Grande do Sul. Mas sempre que há tratativa partidária procuro encaminhar ao presidente do PMDB. O que não me impede de ser um elo.


Fonte: Zero Hora de 11/11/2001 por Rodimar Oliveira






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