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O Ministro de Quatro Gabinetes - Zero Hora

Domingo, 17 de maio de 2015  

Padilha voltou a ter influência no plenário dominado por Cunha. Nova logomarca lembra peça de campanha.
Créditos: Foto: Alan Marques / Folhapress
AOS 69 ANOS, ELISEU PADILHA comanda a Secretaria da Aviação Civil da Presidência, mas tem os pés bem fincados nas negociações do governo Dilma no Congresso. Ex-adversário dos petistas no Estado, tornou-se principal aliado de Temer

Depois de um hiato de 14 anos, Eliseu Padilha (PMDB-RS) voltou a ter voz no Palácio do Planalto. Influente ministro dos Transportes de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), recuperou e ampliou o espaço em um governo petista. Fiel ao vice-presidente Michel Temer (PMDB), é peça-chave da nova articulação de Dilma Rousseff. Como ocorreu na era tucana, o gaúcho tornou-se um dos mais fortes nomes da Esplanada.

Titular da Secretaria da Aviação Civil (SAC), o ex-deputado é um ministro de quatro gabinetes. Despacha na SAC, na Vice-Presidência, no Palácio do Jaburu e na antiga sala de Pepe Vargas (PT- RS) na Secretaria de Relações Institucionais (SRI), no quarto andar do Planalto. Os aeroportos têm espaço reduzido na agenda dominada pelas tratativas no Congresso, lideradas por Temer.

- Padilha sistematiza tudo, é o auxiliar do Michel - diz o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).

O vice-presidente conversa com os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-­RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB­-AL), enquanto o ministro atende outros parlamentares para fazer a articulação decolar - os petistas Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Comunicações) completam o time.

Na quinta-feira, o gaúcho passou a manhã com Temer. Na SRI, uma romaria o aguardava. Parlamentares levam indicações de cargos e solicitam verbas de ministérios, sinalizadas para quem vota com o governo. Ao receber a demanda, Padilha liga no ato para o ministro responsável e já responde.

- Político não gosta de gerúndio. É melhor um não sincero, do que um sim mentiroso - ensina.

Durante almoço há 10 dias, acompanhado pela reportagem, ele mais falou ao celular do que mastigou. Tratou com Mercadante e acertou reunião entre Temer e o PHS. A sigla tinha resistências à primeira medida provisória do ajuste fiscal, referente ao seguro- desemprego, mas acabou apoiando o governo na segunda, sobre a pensão por morte.

- Vou até comer um pudim - suspirou.

ELE VESTIU A CAMISA, DIZ DEPUTADO PETISTA

Famoso por mapear votações no Congresso, Padilha esperava a derrota na flexibilização do fator previdenciário. Aos poucos as previsões, rabiscadas em papéis dobrados no bolso, ficam mais precisas. Nas sessões, sua equipe monitora pela TV Câmara os parlamentares. Aliados também o atualizam em mensagens no celular em que ele guarda as fotos da filha de seis meses, sua sexta herdeira. Essa influência reconquistada coloca no horizonte um retorno às urnas. A sua nova logomarca já tem cara de propaganda eleitoral.

- O partido tem me atribuído missões que não estavam na minha previsão.

Aos 69 anos, Padilha protagonizou uma guinada que poucos esperavam. Eleito deputado em 1994, foi ministro entre 1997 e 2001. Com a vitória de Lula em 2002, perdeu poder. Enfrentou inquéritos da Operação Solidária, que apurou fraudes em licitações no Estado, já arquivados. Em 2010, com apoio tímido a Dilma, foi eleito suplente de deputado. Teve o nome especulado e descartado no primeiro escalão da petista.

A baixa foi revertida devagar. Padilha teve em Temer o ponto de apoio. Com a ida do deputado Mendes Ribeiro (PMDB) para o Ministério da Agricultura em agosto de 2011, Padilha voltou à Câmara, onde ficou até março de 2013, quando o colega retomou a cadeira por cinco meses. Em agosto, Mendes se afastou para tratar um câncer, que o vitimou recentemente, e Padilha exerceu o mandato até o final de 2014.

O retorno à Esplanada foi pavimentado na campanha: recrutou prefeitos e candidatos a deputado do PMDB, costurou agendas de Temer e participou de decisões no comitê de Dilma.

- Temos divergências, mas ele vestiu a camisa pela reeleição da presidente - diz Dionilso Marcon (PT-RS), um dos poucos petistas na posse de Padilha na SAC.

Em Brasília, arrefeceu a resistência de petistas gaúchos, que ainda miram o peemedebista desconfiados. Em seu retorno ao poder, recebeu a missão de materializar a aviação regional, reestruturar a Infraero e preparar concessões de aeroportos. Logo ganhou assento no conselho político. Em abril, recusou o convite de Dilma para assumir a SRI. A presidente delegou a articulação a Temer, que comunicou o fiel companheiro.

- Vou aceitar por nós dois - afirmou Temer, sinalizando o trabalho em dobradinha.


Fonte: Zero Hora - Notícias | Pág. 20 - 17/05/2015 - por Guilherme Mazui



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